O estudante de ciência da computação na Universidade de São Paulo (USP), Breno Queiroz – nascido em Salvador -, foi aprovado no maior simpósio de robótica do planeta, a RoboCup Federation, realizado todos os anos desde 1997, envolvendo alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores e entusiastas de todo o mundo.
Com a conquista, o artigo “Projeto de modelagem de robôs de futebol baseado no RoboCupJunior: ambiente de simulação para melhoria física do robô”, originalmente escrito em inglês, será apresentado na edição 2021 do evento, que será realizado até segunda-feira (28/06) no formato online, no site oficial: www.junior.robocup.org.
“Basicamente, o projeto é um simulador que permite que um robô seja desenvolvido com baixo orçamento. Ao construir (um robô), é necessário fazer muitos testes e esse novo sistema permite que as testagens sejam feitas de forma virtual, pelo computador. Além de gerar economia de tempo e dinheiro, faz sentido por conta da pandemia, que obrigou as pessoas a ficarem em casa”, explica Breno.
Após o evento RoboCup, o artigo do estudante será publicado na revista anual do evento, vinculado à Springer, uma das maiores mídias especializadas em ciência do mundo. “O caso de Breno é muito interessante, pois trata-se de um projeto que nasceu ainda na educação básica, enquanto o aluno cursava o 3º ano do ensino médio, aqui em Salvador. São poucos que conseguem desenvolver algo do tipo tão cedo”, explica o professor da matéria iniciativa maker no Colégio Cândido Portinari e orientador de Breno no projeto, Fabio Ferreira.
A história
Curiosamente, o projeto nasceu como uma construção voltada para o futebol de robôs, quando o aluno integrava o clube de robótica na matéria iniciativa maker no Colégio Portinari. Após finalizado, o estudante seguiu a vida e foi cursar Ciência da Computação na USP, na cidade de São Carlos, em São Paulo.
Três anos depois, por conta da situação provocada pela pandemia, o professor Fabio Ferreira provocou o aluno a desenterrar o projeto. O conteúdo foi revisitado, readaptado como um software, e enviado para o simpósio.
“Quando estudava no Portinari, eu tive que fazer o robô. Agora, já na graduação, tive que escrever um artigo para o simpósio, descrevendo os processos de maneira técnica. Gostei de desenvolver esse meu lado. Mas, preciso ressaltar que, sem essa base no ensino médio, eu não seria nada, pois conheci ali o que amo e que mudou minha trajetória”, destaca Breno.
Após o simpósio, o projeto, incluindo os códigos, ficará disponível na íntegra no Google Escola e GitHub, uma plataforma de depósito de conteúdos científicos. “Agora é possível dizer que Breno é produtor de Ciência, de tecnologia. Colocar um artigo no maior evento do segmento do planeta é um grande feito”, finaliza o professor Fabio Ferreira.
Por Bruno Ganem