A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou nesta segunda-feira, 25, um parecer ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestando-se a favor do reforço de policiamento no entorno da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. A recomendação ocorre em meio às investigações que envolvem o ex-chefe do Executivo e busca garantir, segundo o órgão, maior efetividade no cumprimento das medidas cautelares já determinadas pelo STF.
O parecer foi emitido após Moraes receber uma cópia de um pedido encaminhado pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues. O parlamentar argumenta que a intensificação da segurança no local é necessária para assegurar a “aplicação da lei penal” e para evitar qualquer situação que possa comprometer as investigações em curso.
De acordo com a PGR, a Polícia Federal pode adotar estratégias de monitoramento e vigilância reforçada sem que isso interfira diretamente na rotina da residência de Bolsonaro ou na convivência da vizinhança. “Parece ao Ministério Público Federal de bom alvitre que se recomende formalmente à polícia que destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas, adotando-se o cuidado de que não sejam intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam perturbadores das suas relações de vizinhança”, destacou o órgão no parecer.
A manifestação será analisada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações que envolvem o ex-presidente. Caso a recomendação seja acatada, a Polícia Federal deverá definir estratégias específicas para ampliar o policiamento na área, garantindo maior vigilância e pronta resposta em caso de incidentes.
A residência de Bolsonaro em Brasília já é monitorada pelas autoridades, mas a presença ostensiva de policiais não é contínua. Fontes ligadas à segurança pública afirmam que o reforço poderia incluir maior patrulhamento nos arredores, uso de câmeras de monitoramento e equipes de plantão disponíveis 24 horas, o que aumentaria a capacidade de fiscalização sem invadir o espaço privado do ex-presidente.
Até o momento, nem a defesa de Jair Bolsonaro nem a Polícia Federal se pronunciaram oficialmente sobre a manifestação da PGR. O ex-presidente, que é alvo de diferentes investigações conduzidas pelo Supremo, segue em liberdade, mas com restrições determinadas pelo tribunal, como a proibição de contato com outros investigados e a entrega do passaporte.
Especialistas em segurança ouvidos por analistas políticos avaliam que a medida pode reduzir riscos de tumultos e manifestações espontâneas na região, especialmente diante do histórico de aglomerações de apoiadores em frente à residência do ex-presidente. Para os investigadores, o reforço também facilitaria o cumprimento de futuras determinações judiciais, caso novas diligências sejam autorizadas pelo STF.