A violência contra a mulher no Brasil tem um padrão alarmante:de uma a três mulheres assassinadas por arma de fogo, todas já haviam sido vítimas de agressões anteriores. A informação é da delegada e pesquisadora em violência de gênero Dra. Gabriela Garrido, que vem alertando para os perigos crescentes da presença de armas em lares marcados pelo ciclo da violência, a delegada Dra. Gabriela Garrido, que há anos estuda o ciclo da violência de gênero e os fatores que agravam sua letalidade.
“A violência não começa com um tiro. Primeiro vem o controle, o medo, a agressão. Quando uma arma entra nessa equação, o risco de morte para essa mulher sobe em 50%”, afirmou a especialista em recente publicação. Dados da pesquisa apontam que os fatores mais presentes em feminicídios cometidos com arma de fogo são: histórico de violência anterior, presença da arma e consumo de álcool pelo agressor.
Segundo o levantamento, 43% das agressões não fatais ocorrem dentro de casa, o ambiente onde as vítimas deveriam se sentir mais protegidas. “A casa, que deveria ser um lugar seguro, torna-se palco de terror quando a violência doméstica se alia ao armamento”, enfatiza a delegada Dra. Gabriela Garrido.
Outro dado alarmante evidencia como o racismo estrutural agrava a situação: 72% das mulheres assassinadas com arma de fogo no Brasil são negras. “É um retrato cruel de como o machismo e o racismo se entrelaçam e colocam as mulheres negras em uma situação ainda mais vulnerável”, completa a delegada Dra. Gabriela Garrido.
A legislação brasileira já prevê mecanismos de proteção. A Lei nº 13.880, de 2019, determina a apreensão de armas de fogo dos agressores denunciados por violência doméstica. No entanto, a aplicação dessa lei ainda encontra obstáculos. “É fundamental que haja fiscalização efetiva. A lei existe, mas precisa sair do papel para salvar vidas”, ressalta a delegada Dra. Gabriela Garrido
A delegada Dra. Gabriela Garrido também reforça a importância da denúncia e da conscientização coletiva. “Violência de gênero não é um problema privado, é uma questão social. E toda vez que escolhemos o silêncio, estamos nos colocando ao lado do agressor. A violência escala, e não podemos esperar o pior para agir.”
A mensagem da delegada Dra. Gabriela Garrido é clara: informar-se e agir pode ser a diferença entre a vida e a morte. Se você conhece alguém em situação de violência doméstica, especialmente em lares onde há arma de fogo, oriente, acolha e denuncie. O silêncio não protege ele perpetua a violência.