Partidos do Centrão, como o PP e o Republicanos, estão adotando uma postura cautelosa em relação ao projeto de lei que busca conceder anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro. Mesmo após a manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em São Paulo, as siglas evitam formalizar apoio à proposta, refletindo divisão interna sobre o tema.
Líderes dessas legendas afirmam que seus correligionários estão divididos entre os que defendem o perdão aos envolvidos nos atos golpistas e aqueles que preferem manter neutralidade nas discussões. O receio de se posicionar oficialmente estaria ligado às repercussões políticas e às consequências eleitorais futuras, especialmente em um Congresso onde a correlação de forças ainda é incerta.
Para tentar angariar maior apoio à anistia, Bolsonaro deve se reunir nesta semana com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira. Entre aliados bolsonaristas, há a esperança de que um endosso formal dessas siglas possa influenciar parlamentares indecisos a votar a favor da proposta. Entretanto, até o momento, as lideranças partidárias mantêm um discurso reservado, sem indicação clara de que haverá uma mudança oficial de posicionamento.
O tema segue sendo um dos mais sensíveis no Congresso Nacional, com parlamentares equilibrando pressões de suas bases eleitorais e as repercussões institucionais de uma eventual aprovação da anistia. Enquanto isso, o governo também acompanha a movimentação dos partidos do Centrão, que continuam desempenhando um papel fundamental na articulação política em Brasília.