A Secretaria de Estado da Mulher do Rio de Janeiro lançou uma plataforma digital inédita do Observatório do Feminicídio, que reúne, em um único espaço, dados das áreas de segurança, justiça e saúde. O objetivo é oferecer uma base integrada de informações que apoie a formulação de políticas públicas mais eficazes de enfrentamento à violência contra as mulheres.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, somente em 2024 já foram notificados 42.152 casos de violência, sendo 30.978 vítimas mulheres, o que representa 73,5% do total. A violência física segue como a forma mais recorrente de agressão, enquanto o estupro aparece como o crime sexual mais frequente. Outro dado alarmante é a reincidência dos casos, que ocorre em cerca de 42% das notificações.
“Pela primeira vez, reunimos em um só espaço dados de órgãos públicos que denunciam, investigam, julgam e acolhem. É uma iniciativa que une ciência e dados para enfrentar uma das formas mais cruéis de violência contra a mulher. Nosso compromisso é continuar trabalhando para que nenhuma mulher seja silenciada”, afirmou a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.
A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, também reforçou a importância da integração entre os órgãos. “Os casos de feminicídio e agressões a mulheres são constantes e alarmantes. A iniciativa de integrar o novo painel da Saúde RJ com informações sobre as notificações compulsórias a outras áreas do governo em ferramenta única é fundamental. Certamente vai ajudar a formular novas políticas públicas para proteger e acolher as mulheres”, destacou.
Além da plataforma, foram lançadas uma cartilha informativa para a população e um curso de capacitação destinado a agentes de segurança, com o objetivo de aprimorar o atendimento às vítimas e fortalecer a rede de proteção.
A vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, destacou o papel das instituições acadêmicas no combate à violência de gênero. “É fundamental que nos unamos ao governo do Estado para enfrentar esse problema. Universidades como a UFRJ têm a responsabilidade de não apenas produzir conhecimento, mas também de se posicionar diante das injustiças”, afirmou.
A plataforma já está disponível para acesso público e promete se tornar uma ferramenta estratégica na luta contra a violência de gênero no estado do Rio de Janeiro.