Em um marco histórico para a saúde indígena no Brasil, a Bahia anunciou a construção de 38 Unidades Básicas de Saúde Indígena , que beneficiarão diretamente 25,5 mil indígenas de 13 etnias, distribuídos em 17 municípios. A iniciativa representa um avanço concreto no fortalecimento da atenção básica para os povos originários e integra o Programa de Fortalecimento do SUS (ProSUS 2).
O investimento, que soma R$ 114 milhões, é fruto de um empréstimo de US$ 187,5 milhões contratado pelo Governo do Estado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento . O recurso foi aprovado pela Assembleia Legislativa da Bahia, com a finalidade de ampliar e qualificar o atendimento de saúde em todo o estado.
O anúncio foi realizado no município de Banzaê, em cerimônia que contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e da secretária estadual da Saúde, Roberta Santana. Durante o evento, foi assinado o Termo de Cooperação para a construção das novas unidades.
“Queremos garantir que nenhum parente nosso sofra ou perca a vida por falta de assistência. Esse é um compromisso com a dignidade dos povos indígenas e com o fortalecimento do SUS em todos os cantos da Bahia”, afirmou o governador Jerônimo Rodrigues. Ele destacou ainda que as Unidades Básicas de Saúde Indígena serão adaptadas às especificidades culturais e territoriais de cada povo atendido.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância da ação: “Investir em saúde indígena é também reparar uma dívida histórica. A Bahia dá um exemplo ao Brasil ao colocar os povos originários no centro das políticas públicas de saúde”.
A secretária Roberta Santana frisou que as unidades serão estratégicas para levar atendimento médico, odontológico e de enfermagem de maneira contínua e respeitosa, reduzindo a distância entre as comunidades indígenas e os serviços de saúde pública.
Atendimento especializado e respeito às tradições
As novas Unidades Básicas de Saúde Indígena terão estruturas específicas para atender às necessidades dos povos indígenas, com espaços destinados a práticas de saúde tradicionais, além de consultórios médicos, odontológicos, salas de vacinação e ambientes para atividades educativas em saúde.
A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior população indígena, reunindo comunidades que preservam vivamente suas culturas e modos de vida. Entre as etnias que serão beneficiadas com as novas unidades estão os Pataxó, Tupinambá, Kiriri, Xukuru-Kariri, entre outros.
Com a ampliação da rede de atenção básica indígena, o governo baiano reforça seu compromisso com a promoção da equidade e da justiça social, ao mesmo tempo em que consolida políticas públicas que reconhecem e valorizam a diversidade cultural dos povos originários.
Municípios beneficiados
Entre os 17 municípios contemplados estão Banzaê, Prado, Santa Cruz Cabrália, Pau Brasil e Porto Seguro, regiões que concentram expressivas populações indígenas e que, historicamente, enfrentam desafios de acesso a serviços de saúde de qualidade.
A previsão é que as obras tenham início ainda no segundo semestre deste ano, com entrega das unidades escalonadas ao longo de 2026.