Um caso de desrespeito à acessibilidade e aos direitos das pessoas com deficiência gerou indignação em Vitória da Conquista. Jaqueline Ferreira denunciou que sua filha, Cecília, uma jovem autista com forte tendência suicida, foi impedida de passar pela catraca de um ônibus do transporte coletivo urbano. O episódio causou grande abalo emocional à jovem e revoltou familiares e a comunidade local.
A denúncia veio a público por meio de um vídeo gravado pela mãe logo após o incidente. Emocionada e visivelmente abalada, Jaqueline relatou a humilhação enfrentada por sua filha ao tentar embarcar no coletivo, mesmo sendo uma passageira com direito ao atendimento prioritário. A gravação rapidamente se espalhou nas redes sociais, gerando ampla repercussão e questionamentos sobre o cumprimento das leis de acessibilidade no transporte público da cidade.
Mãe Busca Justiça e Cobra Medidas das Autoridades
Jaqueline Ferreira, que também integra a Associação dos Autistas, tomou medidas imediatas após o ocorrido. Ela acionou o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente para que sejam tomadas providências contra a empresa responsável. A mãe ressalta que a filha enfrenta desafios diários e que situações como essa podem agravar ainda mais seu estado emocional.
“A minha filha já lida com muita dificuldade diariamente. O mínimo que esperamos é respeito e que os direitos dela sejam garantidos. O que aconteceu foi uma violência contra ela e contra todas as pessoas que dependem do transporte público para se locomover com dignidade”, desabafou Jaqueline.
Empresa Ainda Não se Pronunciou
A empresa responsável pelo ônibus onde ocorreu o incidente foi identificada como Atlântico Transportes. Até o momento, a companhia não divulgou nenhum posicionamento oficial sobre o caso. A expectativa é que a empresa se manifeste nos próximos dias para esclarecer a situação e, possivelmente, apresentar medidas para evitar novos episódios de exclusão e desrespeito.
O caso reforça a necessidade de fiscalização e conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência no transporte público. De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), negar ou dificultar o acesso de uma pessoa com deficiência a um serviço de uso coletivo pode configurar crime de discriminação, sujeito a penalidades.
Repercussão e Mobilização Social
O episódio gerou comoção entre grupos de apoio a pessoas com deficiência e ativistas dos direitos humanos. Nas redes sociais, internautas cobraram providências das autoridades municipais e da própria empresa de transporte. Além disso, entidades ligadas à causa autista reforçaram a importância da capacitação de motoristas e cobradores para o atendimento adequado a passageiros com necessidades especiais.
A expectativa é que uma audiência pública seja realizada para discutir melhorias na acessibilidade e no treinamento de profissionais do transporte coletivo.
A equipe do Portal Noticias Bahia segue acompanhando o desdobramento do caso e aguarda um posicionamento oficial da Atlântico Transportes e dos órgãos responsáveis.