A Petrobras negou que a política de preços adotada pela companhia tenha impactado a redução do lucro líquido no relatório de desempenho de 2024. Os resultados divulgados mostraram uma queda significativa do lucro, que passou de R$ 124,6 bilhões em 2023 para R$ 36,6 bilhões no último ano, levantando questionamentos sobre a estratégia de venda de combustíveis a preços inferiores aos do mercado internacional.
A presidente da estatal, Magda Chambriard, reafirmou que a política de precificação da Petrobras se baseia em custos locais, afastando a tese de que a estratégia teria sido determinante para a queda dos ganhos. Os preços da Petrobras são definidos levando em consideração as condições de mercado, mas também os custos de produção e distribuição no Brasil. Não há evidência de que essa abordagem tenha sido a principal causa da redução do lucro.
A estatal adotou, desde maio de 2023, uma nova estratégia de precificação que abandonou a política de paridade internacional (PPI), que alinhava os valores dos combustíveis aos praticados no exterior. Com a mudança, os preços passaram a ser definidos com base nos custos internos e em um modelo que visa garantir maior previsibilidade ao consumidor brasileiro.
Especialistas do setor apontam que outros fatores, como oscilações no mercado global de petróleo e investimentos em infraestrutura e exploração, também podem ter influenciado a queda no lucro da companhia. A Petrobras também reforçou que segue comprometida com a sustentabilidade financeira e com a geração de valor para acionistas e para o país.
A redução do lucro da Petrobras ocorre em um momento de grande debate sobre a política de combustíveis no Brasil, especialmente no impacto sobre o consumidor e o mercado interno. A estatal garantiu que continuará acompanhando as dinâmicas do setor para manter uma estratégia equilibrada entre competitividade e sustentabilidade financeira.