Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou aumento no custo da cesta básica em janeiro deste ano em 13 das 17 capitais pesquisadas. As altas mais expressivas foram registradas em Salvador (6,22%), Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). O impacto desse aumento no orçamento dos trabalhadores reforça a preocupação com a inflação dos alimentos e o poder de compra da população.
Segundo o estudo, o valor da cesta básica já representa pelo menos 40% do salário mínimo vigente no país, dificultando o acesso da população aos produtos essenciais. As quatro capitais que registraram redução nos preços foram Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%).
A pesquisa, que é realizada desde 2005, monitora mensalmente a variação dos preços de itens essenciais ao consumo da população brasileira, como arroz, feijão, leite, carne, pão, café, açúcar, óleo de soja, entre outros produtos. De acordo com economistas do Dieese, fatores como a oscilação no preço dos combustíveis, condições climáticas adversas e a valorização do dólar têm contribuído para o aumento dos alimentos nos últimos meses.
Impacto no poder de compra
A alta no custo da cesta básica representa um desafio significativo para os trabalhadores de menor renda, que já enfrentam dificuldades com o orçamento apertado. Com um salário mínimo de R$ 1.412,00 em 2024, muitos brasileiros precisam destinar quase metade desse valor para adquirir apenas os itens essenciais de alimentação, sem contar outros gastos fixos como moradia, transporte e saúde.
Especialistas apontam que a alta nos preços dos alimentos tem sido um fator determinante para o aumento da inflação, reduzindo o poder de compra e impactando diretamente o consumo das famílias. Segundo o economista Eduardo Souza, “o peso da alimentação na renda das famílias brasileiras tem aumentado consideravelmente, o que pode levar a um menor consumo de outros bens e serviços, afetando a economia como um todo”.
Perspectivas para os próximos meses
O cenário para os próximos meses ainda é incerto, mas analistas acreditam que a tendência de alta nos preços pode continuar, especialmente se houver novas oscilações nos custos de produção e transporte. A expectativa é que medidas governamentais, como a ampliação de programas de segurança alimentar e controle da inflação, possam amenizar os impactos dessa alta sobre a população mais vulnerável.
Diante desse cenário, consumidores têm buscado alternativas para economizar, como substituir produtos por marcas mais acessíveis, reduzir o consumo de itens não essenciais e pesquisar preços em diferentes estabelecimentos. No entanto, a preocupação com o custo da alimentação continua sendo um dos principais desafios para os brasileiros em 2024.