Cuidar da saúde ocular na infância é essencial para o desenvolvimento global das crianças. Nos primeiros anos de vida, a visão passa por um processo de amadurecimento que atinge sua plenitude por volta dos 7 anos, e identificar problemas visuais nesse período pode fazer toda a diferença no desempenho escolar e na qualidade de vida.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar enfrentam dificuldades visuais. Essas condições, muitas vezes sutis, incluem miopia, astigmatismo e hipermetropia, cujos sintomas podem ser discretos, como dores de cabeça ou cansaço ocular. “O acompanhamento deve ser adaptado às necessidades de cada criança, podendo ser realizado anualmente ou semestralmente”, orienta Fabrício Manzano Bueno, oftalmologista especializado em Catarata e Cirurgia Refrativa e professor do IDOMED.
A oftalmologista Larissa Manzano Bueno, especialista em Retina e Vítreo e professora do IDOMED, reforça que doenças mais graves, como ceratocone, estrabismo e glaucoma, também podem surgir na infância e exigem diagnóstico precoce. “É fundamental manter objetos perigosos fora do alcance das crianças, limitar a exposição a telas e incentivar atividades ao ar livre para proteger a visão”, alerta.
Para Tania Maria Gebin de Carvalho, professora do curso de Pedagogia da Wyden, as escolas têm um papel estratégico nesse processo. “É fundamental que os adultos responsáveis pelas crianças estejam atentos a possíveis deficiências visuais ou auditivas, que muitas vezes não são fáceis de identificar. A escola desempenha um papel essencial ao orientar as famílias e sugerir consultas oftalmológicas de rotina, especialmente por volta dos seis anos. Atividades lúdicas, como jogos de cores e formas, ajudam a perceber dificuldades desde cedo”, explica.
Tania também destaca a importância do diagnóstico precoce no contexto da inclusão escolar. “Mesmo dificuldades leves de visão ou audição podem impactar a aprendizagem. É comum que crianças com baixa audição sejam vistas como desatentas. Por isso, a escola deve colaborar com as famílias para identificar essas questões e promover ações que estimulem habilidades como lateralidade e equilíbrio, criando um ambiente inclusivo”, enfatiza.
Cuidar da saúde ocular na infância é um investimento no futuro, influenciando não apenas o desempenho escolar, mas também o desenvolvimento integral das crianças. Avaliações oftalmológicas regulares são uma ferramenta indispensável para garantir que elas enxerguem o mundo com clareza e estejam preparadas para aproveitar plenamente todas as oportunidades de aprendizado e crescimento.
Fonte Camila Anjos Assessora de Comunicação