A presença de celulares em sala de aula tem sido um tema amplamente debatido por educadores, pais e autoridades de ensino em todo o mundo. Recentemente, uma nova onda de especialistas na área de educação manifestou apoio à proibição do uso de celulares durante as aulas, argumentando que a medida pode trazer benefícios significativos para a aprendizagem e a convivência no ambiente escolar.
Diversos estudos apontam que o uso de celulares em sala de aula está associado a uma diminuição no desempenho acadêmico. A psicóloga educacional explica que “a interação constante com o celular reduz a capacidade de atenção prolongada dos alunos, prejudicando tanto a assimilação dos conteúdos quanto o desenvolvimento de habilidades cognitivas mais complexas.”
Segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), escolas que limitam o uso de dispositivos eletrônicos tendem a registrar melhores resultados em exames de leitura, matemática e ciências. “A proibição do celular não é um retrocesso, mas uma forma de proteger o processo de aprendizagem em um momento em que o foco é um recurso escasso e valioso”, completa a especialista.
Além da questão pedagógica, o uso excessivo de celulares em sala de aula tem sido relacionado a problemas de saúde mental, como ansiedade, estresse e dependência digital. O pediatra e educador “Os jovens estão cada vez mais expostos à sobrecarga de informações e ao bullying virtual, que pode ocorrer em tempo real durante as aulas. A ausência do celular pode trazer um alívio imediato para esses problemas.”
Alguns países já implementaram a proibição do uso de celulares nas escolas e observaram resultados positivos. Na França, por exemplo, a medida foi adotada em 2018 para alunos até os 15 anos. Desde então, educadores relataram um ambiente mais focado, com maior interação entre os alunos e melhor engajamento nas atividades escolares.
No Brasil, iniciativas pontuais também têm ganhado destaque. A Escola Estadual Campos Verdes, em Minas Gerais, adotou uma política rigorosa de controle de celulares e registrou um aumento de 18% no desempenho dos alunos em avaliações externas. A proibição devolveu à sala de aula o espaço de troca entre alunos e professores, além de incentivar práticas educativas mais dinâmicas e menos dependentes de tecnologia.
Embora apoiem a restrição, especialistas destacam que a tecnologia ainda é uma aliada importante na educação, desde que utilizada de forma planejada e supervisionada. Não se trata de demonizar o celular, mas de estabelecer limites para seu uso. A tecnologia deve ser um suporte para o aprendizado, não um obstáculo”, ressalta a pedagoga.
Aplicativos educacionais, plataformas de ensino à distância e recursos interativos são ferramentas valiosas, mas seu uso requer treinamento dos professores e orientação clara para os alunos.
A implementação de políticas de restrição ao uso de celulares em sala de aula exige diálogo entre as partes interessadas: gestores escolares, professores, alunos e responsáveis. “É fundamental que os jovens compreendam os motivos por trás dessa decisão. Envolver os alunos no processo de elaboração das regras pode aumentar a adesão e o entendimento”, sugere a consultora em gestão escolar .
A proibição do uso de celulares em sala de aula tem sido cada vez mais vista como uma medida necessária para resgatar a qualidade da educação e promover um ambiente mais saudável para o desenvolvimento dos estudantes. Especialistas reforçam que, embora a tecnologia tenha seu lugar na sociedade contemporânea, a sala de aula deve ser um espaço de concentração, troca de ideias e aprendizado ativo, livre das distrações digitais.